sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Venezuela pela janela.





Santa Helena de Uiarém- Estado Bolivar- Venezuela





Um rolé na Venê. Terra de titio Chávez.








Saímos da Serra do Tepequém para conhecer Santa Helena do Uiarém, na Venezuela, cidade que faz fronteira com Pacaraima, última cidade do lado brasuca. A viagem em si já foi uma loucura. Até porque éramos 4 doidos que só faziam sorrir e inventar besteira. O mais sóbrio era o Cooller, sempre calado, observando a estrada e cumprindo muito bem seu papel de gelar nossas cervejas. Chegamos na fronteira para pedir informações, tirar aquelas fotos que todo turista faz e carimbar minha carteira de vacinação. Porque pra entrar na Venezuela, teoricamente vc precisa estar com algumas vacinas em dia. Eu, por exemplo, quase me vacinei contra febre aftosa, mesmo não sendo uma vaca. Então, fui no posto da Anvisa para fazer os procedimentos legais e tive uma surpresa e tanto: nossa agência nacional de vigilância sanitária estava fechada. Como assim? Era feriado de 7 de setembro e os funcionários deviam estar marchando. Marchando em direção ao Caribe, só se for. Bom, mesmo sem carimbar minha carteira de vacinação, fui orientado a seguir viagem. Depois de umas fotos, fomos encarar a fronteira. Torino no volante, Miranda de co-piloto, o Cooller cochilando e eu de garçom servindo a turma de cerveja e tomando umas também, claro. Lá vem o Guarda, olha pro carro, Miranda com cara de suspeito, Torino com seu semblante de mafioso, eu e minha cara de doido foragido, e quem tomou um baculejo na fronteira? Quem levou uma dura e foi revistado? Quem chamou para si a responsabilidade e encarou de cabeça erguida a polícia da fronteria? O Cooller, claro. O coitado tava quieto, de cinto de segurança e tudo, mas foi revistado, aberto, vasculhado e manteve a pose. Pude ver sangue nos seus olhos, mas com toda sua maturidade, foi em frente e atravessou a fronteira assobiando. Grande Cooller, companheiro indomável e batalhador. Tudo beleza, fomos cambiar grana pra poder comprar muambitas na terra de titio Chávez. Pense num país doido da porra. Veja que onda: na Venê, nós, brasileiros comemos um churrasquinho grego, onde os donos são colombianos. Isso é que eu chamo de globalização. Antes de encarar o rango de Escobar fomos fazer compras. Cada real vale 3 Bolivares. Então, tudo sai mais em conta. Claro que fomos comprar bebida, vela e terço é que não seria. Comprei Jack Daniels por 39 reais, Absolut por 25 reais, Johnnie Red por 20 reais e por aí vai. Tudo original, na caixa, com conta-gotas e sem dor de cabeça, uma beleza. Brinca! Ficamos pra dormir e voltar no dia seguinte. Nos hospedamos no Gran Sabana, um hotel bacana, dentro das possibilidades. O pouco tempo que fiquei, valeu demais. Na volta, todos os postos de gasolina da Venezuela estavam fechados, ordem de titio Chávez. Só conseguimos comprar gasosa no Brasil e clandestinamente, a 2 reais o litro. Achou barato? Na Venê custa 1 real para estrangeiros e 7 centavos, eu disse 7 centavos para os venezuelanos, pode? É amigo, alguma coisa está errada com o Brasil, mas a gente já sabe disso, né? Deixa pra lá... Já estou organizando com Luísa para irmos no feriadão de 12 de outubro com mais calma. É isso! Gostei do que vi, gente de todo tipo, ri pra carai, e essa viagem com certeza entrou pro meu top 10. Ah..ia esquecendo.....Hugo Chávez, meu filho, eu fiz coco na Venezuela, viu? E fiz foi muito. (Assim que puder e a conexão local deixar, volto. Hasta la vista!!!!)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Serra do Tepequém 2






Se Luísa e Filé toparem, eu venho com eles morar nesse lugar.

Serra do Tepequém






Eu já sabia que gostava de mato. Mas não sabia que era tanto assim. Aqui minhas raízes indígenas ficam mais ouriçadas, talvez por estar cercado de descendentes, como eu e vc, e pela natureza, que aqui meu irmão, tem de sobra. Semana passada fui conhecer a Serra do Tepequém. “ Um lugar do caralho”, como diria Wander e Raul. A serra é na estrada pra Venezuela, entramos no meio do caminho e seguimos por uma estrada incrível, que só descobri no outro dia pela manhã, já que fiz essa viagem quase de madrugada. Saí de Boa Vista no sábado à noite depois de um longo dia sentado, escrevendo e reescrevendo roteiros. Chamei para essa empreitada o grande Miranda, uma figura que qualquer pessoa tem que conhecer. Chamei também Zezão, um taxista de Mossoró pra levar a gente. Enchemos o cooler de cerveja e partimos rumo ao desconhecido. No taxi de Zezão apenas um cd de Paulo Diniz. Então, lá fomos nós ao som de “ eu vim de piri-piri”, “ E agora José”, “ pingos de amor” e por aí vai. Achei massa. Haja estrada. Bichos e mais bichos. A certa altura eu jurei ter visto um saci, mas Miranda me convenceu que era um tamanduá-cotó. (espécie rara, com apenas uma pata) Nessa altura, Zezão, o brother taxista olhava pra gente assustado, como quem diz: pra que eu vim?. Ok! Chegamos no Tepequém de madrugada, na pousada de Evaldo, uma área de camping fuderosa, cheia de energia e completamente propícia à lombra. Quem nos aguardava no local era Alessandro Torino, um sequelado, figura ímpar, que foi sozinho, dias antes, desbravar a serra. Tomamos todas as latinhas do cooler e fomos descansar. Caí na primeira rede que encontrei e descobri no dia seguinte, que a rede tinha dono. Mas o cara foi gente fina, escreveu “Tepequém” na minha testa com batom e disse que eu ronquei muito. Pense num povo com senso de humor! Acordamos e fomos pro meio do mato. Encontramos com Juninho, outro sequelado e partimos. Pegamos uma trilha de mais ou menos 3 km. Vi de tudo, entrei em êxtase, cruzei pontes no meio do nada, vi cachoeiras e quase choro quando achei um maloca abandonada. Linda! Parei pra pensar quem tinha morado ali. Sua história,a casa tinha uma energia foda, intocável e tomara que continue assim. Da Serra do Tepequém , eu trouxe ótimas lembranças e péssimas mordidas de um bicho remoso , chamado “pium”. Pense num mosquito chato. Ele é o primo cacique do maruim. Só que no lugar de ferrão, deve ter uma flecha. Até agora estou me coçando e cheio de caroços, também chamados de bit-bit. Mas valeu a pena. Do Tepequém partimos para a Venezuela. E aí companheiro Chaves... é uma outra longa história. Assim que puder e a conexão local deixar, volto. Valeu!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Roraimalucos






Como diria o grande pensador e ginecologista, Euzébio Pinto Souto Maior, “ Gente foi feita pra conhecer gente”. Eu vou mais além e digo: “ Gente foi feita pra conhecer gente que presta”. Estou dando sorte e conhecendo muita gente boa, interessante e maluca que nem eu. A começar pela turma da agência e da produtora, que de certa forma são minha nova família. Adriana, Clarisse e Eli são minhas companheiras de expediente , me acolheram da melhor forma possível e aos poucos estamos nos conhecendo. Tem também a Edna, que não trabalha aqui, mas trabalha por aqui. Entendeu? Bom... Do outro lado do parque fica a produtora, onde também é minha casa, pelo fato de eu sempre estar por perto, perturbando o sono da rapaziada. Todas essas pessoas me fazem ver que não estou sozinho e aliviam um bocado a saudade de Recife e de todos que lá deixei. São companheiros ao pé da letra, que aprendi a gostar e confiar.
Não posso deixar de citar o Alessandro Torino, produtor, ator, chef de cozinha, cachaceiro e mineiro ( esses dois últimos são sinônimos). As fotos deste tópico saíram da lente dele, que registrou cenas impagáveis e inapagáveis. Nas fotos estão Torino, Miranda e Xande, também conhecido carinhosamente como Cookie. Vemos a igreja de São Francisco, a igreja Matriz, os maloqueiros no parque das águas e uma placa pra lá de curiosa, uma aula de prestação de serviços.( é só reparar no detalhe).
É isso! Assim que puder e a conexão local deixar, eu volto. Xêro!