quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Serra do Tepequém






Eu já sabia que gostava de mato. Mas não sabia que era tanto assim. Aqui minhas raízes indígenas ficam mais ouriçadas, talvez por estar cercado de descendentes, como eu e vc, e pela natureza, que aqui meu irmão, tem de sobra. Semana passada fui conhecer a Serra do Tepequém. “ Um lugar do caralho”, como diria Wander e Raul. A serra é na estrada pra Venezuela, entramos no meio do caminho e seguimos por uma estrada incrível, que só descobri no outro dia pela manhã, já que fiz essa viagem quase de madrugada. Saí de Boa Vista no sábado à noite depois de um longo dia sentado, escrevendo e reescrevendo roteiros. Chamei para essa empreitada o grande Miranda, uma figura que qualquer pessoa tem que conhecer. Chamei também Zezão, um taxista de Mossoró pra levar a gente. Enchemos o cooler de cerveja e partimos rumo ao desconhecido. No taxi de Zezão apenas um cd de Paulo Diniz. Então, lá fomos nós ao som de “ eu vim de piri-piri”, “ E agora José”, “ pingos de amor” e por aí vai. Achei massa. Haja estrada. Bichos e mais bichos. A certa altura eu jurei ter visto um saci, mas Miranda me convenceu que era um tamanduá-cotó. (espécie rara, com apenas uma pata) Nessa altura, Zezão, o brother taxista olhava pra gente assustado, como quem diz: pra que eu vim?. Ok! Chegamos no Tepequém de madrugada, na pousada de Evaldo, uma área de camping fuderosa, cheia de energia e completamente propícia à lombra. Quem nos aguardava no local era Alessandro Torino, um sequelado, figura ímpar, que foi sozinho, dias antes, desbravar a serra. Tomamos todas as latinhas do cooler e fomos descansar. Caí na primeira rede que encontrei e descobri no dia seguinte, que a rede tinha dono. Mas o cara foi gente fina, escreveu “Tepequém” na minha testa com batom e disse que eu ronquei muito. Pense num povo com senso de humor! Acordamos e fomos pro meio do mato. Encontramos com Juninho, outro sequelado e partimos. Pegamos uma trilha de mais ou menos 3 km. Vi de tudo, entrei em êxtase, cruzei pontes no meio do nada, vi cachoeiras e quase choro quando achei um maloca abandonada. Linda! Parei pra pensar quem tinha morado ali. Sua história,a casa tinha uma energia foda, intocável e tomara que continue assim. Da Serra do Tepequém , eu trouxe ótimas lembranças e péssimas mordidas de um bicho remoso , chamado “pium”. Pense num mosquito chato. Ele é o primo cacique do maruim. Só que no lugar de ferrão, deve ter uma flecha. Até agora estou me coçando e cheio de caroços, também chamados de bit-bit. Mas valeu a pena. Do Tepequém partimos para a Venezuela. E aí companheiro Chaves... é uma outra longa história. Assim que puder e a conexão local deixar, volto. Valeu!

2 comentários:

  1. proxima vez manda 1 beijao na dona helena!!!

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  2. Netão, adorei tua experiência no Tepequem, só tu mesmo irmão, emanando boas energias da natureza, lindo!!!!
    O cooler, com certeza vc carregou em Santa Elena, beijos mil.
    Rose Goya.

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